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O tratamento da diabetes em portadores de SK é igual ao da população geral?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Matheus Bérgamo e Michelle Susin

      Para o diabetes tipo 1, como a doença é caracterizada pela ausência da insulina, seu tratamento consiste na reposição de insulina como medicação, com base na quantidade de carboidratos ingeridos para que esse nutriente possa ser absorvido pelos tecidos periféricos e a glicemia fique em faixas adequadas de variação.         

O tratamento do diabetes tipo 2 tem por objetivo reduzir o estado de hiperglicemia persistente (estado no qual a concentração de glicose está constantemente alta, e não só após a refeição), e também aumentar a sensibilidade a insulina dos tecidos periféricos para níveis normais, o que seria fazer com que as células absorvam a glicose do sangue com uma quantidade menor de moléculas de insulina para estimula-las. Para tal, é preconizada a atuação principalmente na redução da resistência periférica a insulina, com o uso de medicamentos como a metformina e a classe das glitazonas, que exercem essa função. A insulina fica reservada para os casos de DMT2 mais avançados, onde o controle glicêmico já não é eficaz com outras medicações e a produção de insulina pelo pâncreas encontra-se prejudicada.

     Além do tratamento medicamentos para o controle do diabetes, a correção dos hábitos de vida tem grande impacto na reversão da doença. A realização de atividade física junto ao emagrecimento atua na redução de mediadores inflamatórios liberados pelo tecido adiposo em excesso. Também, a adequação da dieta, onde se evite alimentos com alto teor de carboidratos e consequentemente, os estados de hiperglicemia. A terapia de reposição de testosterona não apresenta evidência de melhora direta na condição do diabetes tipo 2, mas pela sua capacidade de alterar os fatores de risco para o diabetes, como o aumento da massa muscular e a redução do tecido adiposo, seu uso é benéfico tanto durante a puberdade quanto na fase adulta a fim de se evitar a instalação da doença.

       As diretrizes de diabetes (são artigos escritos por profissionais especializados na área, neste caso endocrinologistas, que guiam a conduta dos médicos para o diagnóstico e tratamento do diabetes) tanto brasileiro quanto norte-americano, preconizam principalmente a prevenção do diabetes tipo 2, ou seja, evitar que essa doença se instale. O que pode ser realizado começando com a adequação dos fatores modificáveis da doença, como os hábitos de vida. Nos portadores da síndrome de Klinefelter, onde há um peso maior dos fatores não modificáveis (carga genética), a mudança dos hábitos de vida tem um fator essencial para a não instalação da doença diabetes, prevenindo a instalação de possíveis morbidades. O êxito no controle e na prevenção do diabetes com dieta balanceada e atividades físicas regulares é motivo de comemoração para médicos e pacientes, pois tem potencial de aumento significativo na expectativa de vida a longo prazo.

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